💰
Total 7 dias
R$ 4,6K/pessoa
✈️
Passagens
R$ 1,1K
🏠
Hospedagem 6 noites
R$ 1,2K
🎯
5 Passeios
R$ 1,5K
Quando Custa Viajar pro Deserto do Atacama?
Guia de Cidade

Quando Custa Viajar pro Deserto do Atacama?

7 dias no deserto mais árido do mundo. Quanto gastamos de verdade? Abrimos todos os números.

Atacama sempre foi aquela viagem que parecia inalcançável. Deserto mais árido do mundo, Chile, paisagens de outro planeta. A gente via fotos e pensava: "quanto será que custa isso?"

Fomos. Passamos 7 dias lá. E voltamos com todos os números anotados - porque a gente sabe que essa é a primeira pergunta de quem tá planejando: quanto custa de verdade?

O que gastamos?

Passagens aéreas de Curitiba até Calama (o aeroporto mais próximo do Atacama) custaram R$ 1.181 por pessoa, ida e volta. Não foi promoção, não foi milhas - foi o preço normal que encontramos planejando com uns 2-3 meses de antecedência.

Transfer de Calama até San Pedro do Atacama: R$ 144 por pessoa. Pegamos com a Transv, que é uma das empresas mais usadas. É transfer compartilhado, confortável, te deixa no hotel. São uns 100km de estrada no meio do deserto.

Placa de trânsito em Calama, no caminho pro Atacama
Placa de trânsito em Calama, no caminho pro Atacama

Hospedagem: 6 noites com café da manhã incluído saíram por R$ 1.232 por pessoa. Nada de luxo, mas limpo, com aquecimento (noites lá são geladas) e café reforçado - que você precisa porque os passeios saem cedo.

Passeios: Fizemos 5 - Vale de La Luna, Piedras Rojas, Gêiseres del Tatio, Passeio Astronômico e Laguna Cejar. Deu R$ 1.459 por pessoa, com alimentação inclusa nos tours de dia inteiro.

Alimentação em San Pedro ficou na média de R$ 60 por refeição. É uma cidade pequena, turística, então não espere preço de capital. Mas a comida é boa e você tem opções.

No total, R$ 4.616 por pessoa pelos 7 dias completos. Somos dois, então deu R$ 9.232 no total da viagem.

Os 5 passeios que fizemos

Vale de La Luna

Formações rochosas que parecem superfície lunar. Literalmente - a NASA usa a região pra testar equipamentos que vão pra Marte. O passeio é no fim da tarde, você sobe em dunas, anda entre pedras bizarras e fecha com pôr do sol. É o passeio mais perto de San Pedro (15km) e um dos mais bonitos.

Piedras Rojas

Esse é passeio de dia inteiro e altitude pesada - você passa de 4.000m. Piedras Rojas são formações de pedra vermelha gigantes no meio do nada, com laguna azul na frente. Visual surreal. O tour também passa pelas Lagunas Miscanti e Miñiques. Leve água, protetor solar e vá devagar - altitude cansa mesmo.

Gêiseres del Tatio

Acordar às 4h da manhã é punk. Mas ver os gêiseres soltando vapor ao nascer do sol, a 4.300m de altitude, compensa. Faz um frio absurdo (tipo -10°C), mas tem piscina termal lá pra você entrar - se tiver coragem. A gente foi, valeu, mas não vamos mentir: é cansativo.

Gêiseres del Tatio ao amanhecer - um dos passeios mais incríveis
Gêiseres del Tatio ao amanhecer - um dos passeios mais incríveis

Passeio Astronômico

Melhor passeio. Sério. O céu do Atacama é considerado o mais limpo do mundo - não tem poluição luminosa, não tem umidade. Você vê Via Láctea inteira a olho nu. Com telescópio, dá pra ver Saturno, Júpiter, galáxias. O guia explica tudo. É de noite, depois do jantar, e você sai de lá com a cabeça explodindo.

Laguna Cejar

Laguna tão salgada que você boia tipo Mar Morto. Experiência bizarra e ótima. O tour também passa pela Laguna Tebinquinche, que tem visual de espelho do céu. É no fim de tarde, pega pôr do sol. Atenção: água salgada ARDE se entrar no olho, então cuidado.

Flamingo nas lagunas do Atacama
Flamingo nas lagunas do Atacama

Atacama pra quem trabalha remoto

Vamos ser diretos: San Pedro do Atacama não é cidade pra trabalhar.

A internet é lenta e instável. Coworkings não existem. A cidade vive de turismo e você vai passar o dia fora em passeios - acordando às 4h, voltando às 19h. Não dá pra trabalhar e aproveitar ao mesmo tempo.

Mas isso não significa que nômade digital não pode ir pro Atacama. Só precisa planejar diferente.

A estratégia que funciona: use Santiago como base de trabalho e reserve uma semana pra desconectar no Atacama. Santiago tem boa infraestrutura (internet, coworkings, cafés), é capital funcional e fica a 2h de voo de Calama.

Você trabalha 2-3 semanas de Santiago, conhece a cidade, tira uma semana de férias (ou trabalha menos) e vai pro Atacama. Volta pra Santiago e segue trabalhando.

Atacama é pra desconectar. E tá tudo bem. Nem toda viagem precisa ser trabalho + praia. Às vezes você precisa de uma semana só pra viver a experiência - e depois volta pro trabalho.

Se você tá no modelo de trabalho remoto com férias normais, Atacama cabe perfeitamente. Se você é freelancer ou tem flexibilidade, melhor ainda - bloqueia uma semana, avisa os clientes, vai.

A dica que eu queria ter recebido (e não recebi)

Não compre os passeios antes de chegar.

Sério. A gente quase fechou tudo online antes, com medo de chegar lá e não ter vaga ou preço aumentar. Mas conversando com quem já tinha ido, resolvemos arriscar.

Chegamos em San Pedro, andamos pela Calle Caracoles - que é a rua principal cheia de agências de turismo - e comparamos. Tem dezenas de opções. Você conversa, negocia, fecha os passeios com calma.

Economiza MUITO fazendo assim. Os preços online são bem mais caros que presencialmente. E sempre tem disponibilidade - a não ser que você vá em super alta temporada (dezembro/janeiro).

Vale a pena?

Se você tem a grana guardada e tá naquela de "será que vale?" - vale.

Atacama não é aquela viagem que você faz todo ano. Mas é aquela que você não esquece. E sabendo que dá pra fazer por menos de R$ 5.000 por pessoa, fica menos distante do que parece.

É o tipo de viagem que a gente defende aqui: que muda alguma coisa em você.

Vini e Cami - Criadores do Chega de Roteiro

👋 Oi, somos Vini e Cami!

Um programador e uma editora de vídeo que trocaram a rotina normal por uma temporada viajando o mundo enquanto trabalhavam remotamente. Passamos por mais de 90 cidades e 30 países.

Compartilhamos o aprendizado que o nomadismo digital é possível, que pra viajar não precisa largar tudo pra trás, que viagens mais longas (slow travel) é o nosso estilo de viajar preferido.